sábado, 2 de abril de 2011

Auto da Barca do Inferno-Cena do Parvo

Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo o percurso cénico da personagem, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.


Vem Joane, o Parvo, e diz:
PARVO: Que barca é esta?
DIABO: A barca do inferno.
PARVO: AH AH, então com certeza que não é nessa que hei-de ir.
DIABO: Porque ouçais dizer isso?
PARVO: Porque sou do bem.
DIABO: Se és do bem, porque não vais tentar a outra barca?
PARVO: Ah pois com certeza que vou.
DIABO: Não acredito que vós deixem entrar.
PARVO: Porque não haveriam de deixar?
DIABO: Porque lá em baixo haveis pecado.
PARVO: Isso veremos.




 



Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO: Oulá Oulá, que barca é esta?
ANJO: A barca do bem.
PARVO: É mesmo esta que procurava.
ANJO: Ai sim? Porque?
PARVO: Sou bom rapaz.
ANJO: Então lá em baixo praticava o bem!
PARVO: Claro que sim e vós já devereis saber isso.
ANJO: Apesar de tolo, sim, és bom rapaz.
PARVO: Então quer dizer que posso embarcar convosco?
ANJO: Sim

(Anjo/Diabo: que personagem tem a última palavra e qual a sua decisão?)
Foi o anjo que teve a última palavra.
Deixou-o entrar porque, apesar de parvo, era bom homem.

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